SONETO DO SORRISO
É um sorriso torto, sorriso que espuma
sorriso de louco, que oculta um segredo.
No brilho vulgar de sua brancura
nada inspira, a não ser o Medo.
Existe desdém naquele sorriso
pelas dores daquele que chora.
E mesmo sendo demasiados pedidos
da lembrança do Fraco ele não vai embora.
Chuta, soca, pisoteia sem dó,
faz as trevas ficarem escuras, o solitário só
São insolentes o Sorriso e sua alegria.
Trago-o no lábio estampado
o sorriso de um louco, de um celerado
o verso em carne da misantropia.