("Lenço Preto ela apelido
De um tropeiro bem conhecido
Um rapaz ainda moço
Apelido que foi dado
Por trazer sempre amarrado
Um lenço preto no pescoço
Nas festas que ele chegava
As moça inté brigava
Pra querê sê seu amô
Lenço Preto não ligava
Mas quando menos esperava
Um dia se apaixonô
Era um zóio meio de puro
E o seu coração puro
Estremeceu de paixão
E pro pai daquela rosa
Um veínho bão de prosa
Ele foi pedir a mão")
Lenço Preto disse ao véio
Um segredo vou contá
Esta moça de pequena
Nóis peguemo pra criá
Lenço Preto arrespondeu
Não impede nóis casá
Se o senhor tiver de acordo
O prazo pode marcá
Quando foi seis mês depois
Os dois tava se casando
De repente na igrejinha
Um estranho foi entrando
Chamou o padre ali do lado
Qualquer coisa foi falando
Que o padre amarelou
Com o que estava escuitando
Lenço Preto, disse o padre
Tá suspensa esta união
Lamento dá uma notícia
De cortar o coração
Se eu não faço o casamento
É respeito a religião
Pois é contra a nossa lei
Se casar irmão com irmão
Quando foi no outro dia
Já era de se esperá
Encontraram dois defunto
E um bilhete tava lá
Nóis pede perdão pra Deus
Do que fomos praticá
Este é o mió remédio
Visto nóis não se casá