("Pedro Feio era um violeiro
Que neste sertão inteiro
Não tinha mesmo outro iguá
Quando pegava no pinho
Parecia um passarinho
Saluçando devagá
Mas por um capricho da natureza
Era feio que dava tristeza
Por isso vivia aborrecido
Na hora que ele cantava
As moça dele gostava
Mas depois ficava esquecido
Mas Deus que a tudo prevê
Praquele defeito escondê
Fez de Pedro um cantadô
E na sua viola querida
Chorava mágoa sentida
Disfarçando a sua dor")
Pedro Feio recebeu
Um convite pra cantá
Na casa de um velho amigo
Que essa festa veio dá
Com sua viola afinada
Pedro lá se apresentô
Na sua chegada gritaro
Viva o rei dos cantadô
Pedro logo procurou
Um cantinho pra ficá
Sempre com grande receio
Que dele fossem caçoá
Quando a madrugada veio
Pedro sentido cantô
E uma cabocla bonita
Bem perto dele chegô
Pedro, eu vim pra lhe dizê
Por você me apaixonei
Ouvindo a sua toada
Meu coração entreguei
Dizem que você é feio
Mas eu não pude notá
Eu sou cega de nascência
Meu amor vim lhe entrega
Pedro ouvindo a cabocla
Sentiu seu peito tremê
Com carinho abraçou
Muito eu gostei de você
Daquele momento em diante
Dela não mais separô
Hoje é um casal feliz
Que o destino ajuntô