Quem me desata o mistério
Que anda a rondar-me sem trégua
Já se tornou caso sério
Mas não é mais que uma névoa
Entendo a sua presença
Mais do que sinto a inconstância
É todo feito de ausência
E é mesmo assim abundância
Se alguém me pode entender
Faça-me o favor maior
De me explicar que, sem ver
Eu sei amá-lo de cor
Talvez por isso eu prefira
Deixar o nó por inteiro
Sei que não sendo mentira
Não pode ser verdadeiro
Quantos os nós desta vida
Que ficam por entender
Como este nó sem saída
De amar de cor, sem o ver