E se não for fado
Mas trouxer a voz do mar
Que deixa o cheiro salgado
À beira do meu olhar
E se não for triste
Mas tiver a voz de Deus
Essa voz que em mim persiste
Quando os dias são ateus
E se não for nada disso
Pois a minha timidez
Não o deixa ser castiço
Quando o quer mais português
Pode ser que seja um fado errado
Que a minha alma aprendeu
Não será o vosso fado
Não será mas é o meu
E se não for fado
Mas correr na direção do rio
Que banha apressado
As margens da minha mão
E se não for negro
Mas pintar todas as cores
Que dão igual aconchego
Aos sorrisos e às dores
E se não for nada disso
E se não for nada disso