É estranha a velocidade a que muda o tempo
Confusas as mudanças num contratempo
Mudam aspectos e paisagens, mudam as vontades
Projectos e mensagens, mudam verdades
Todo o mundo é composto de mudança
Vejo a mudança projectada numa criança
Vejo alterações nas próximas gerações
Tiro conclusões com o ruído das multidões
Liquidações sumárias a populações precárias
Áreas extintas por vontades imaginárias
Se a coisa que não muda é a ganância graúda
De alguém que comanda um povo que não estuda
A espera pela mudança de um mundo que não acorda
ha lugares nele que ocupam a minha memória
Coisas caem no desuso como a palavra e o orgulho
Outras ganham uso, como a violência e o barulho
Edificação em massa, e áreas metropolitanas
O abandono total das realidades suburbanas
A acumulação de lixo que deixa o pais em chamas
O povo humilde continua com os pés na lama
Muita coisa muda, mas mais fica intacta
Como promessas de políticos e a conversa chata
Nada muda, o que está mal fica mal
Porque o que evolui é em prol do capital
Da formatação, dos caminhos que todos seguem
Civilização é a arma para os que sempre perdem
Porque muda o tempo e muita coisa fica igual
Nada muda, o que esta mal continua mal
Nos confins, veremos o sub-portugal
A evoluir, mas só em prol do capital
Sentimento não é fictício é sentido puto
É o futuro que nos espera e nos deixa de luto
É a verdade que dói, e que é ignorada
O futuro ta escuro, e na luz não se passa nada
Continuamos a chorar pelas razoes sabidas
Drogas continuarão a abalar famílias e vidas
Putos vão continuar a trocar salivas
Com as intituladas substancias proibidas
Eu queria falar de amor, mas acho que não consigo
O presente ta mau, e o futuro está fodido
Eu não acho que seja inimigo
Mas é difícil alimentar algo que na vivo
Felicidade, é isso a que me refiro
Eu sou feliz, mas não olho só para o meu umbigo
Desejo que a frente apareça a bonança
Afinal é o tempo que traz a mudança!
2008