Faltas-te ao respeito que te tinha confiado
Trais-te o orgulho quando procuras-te o outro lado
Quando quizes-te mudar para alguém mais moderno
Queixes-te requinte e esqueces-te daqueles versos no meu caderno
Que te ofereci sem querer nada em troca
Versos verdadeiros, sei que a verdade choca
Sabias como eu era, sabias que era explicito
Sabias que era eu, sabias que era critico
Eu sei da tua importância e te dedico a minha honra
Não vou ficar parado a espera que a arte morra
Prefiro-te simples, agressiva e crua
Verdadeiramente nua, como a lei da rua
Portadora de sentimentos, e consciência
Conhecedora do mundo, porta-voz da experiência
Mas foste embora eu não te dava agrado
Eu não te dava uma casa, não te dava um ordenado
Apesar da tua fuga, eu conservo a mesma ideia
E hoje já não penso em ti da mesma maneira
Agora tens fãs que te abordam a toda a hora
Tens aquilo que querias mas o sentimento foi embora
tua inteligência sumiu a minha sucumbiu dos escombros
O que me faz orgulhoso do peso que tenho nos ombros
Vens com fachadas exteriores, vês todas as montras
Vens com o teu dinheiro, mas não é com o dinheiro que me compras