Florzita branca do campo
Que peleou na madrugada
Pra enfeitar a manhanita
Ao clarear desabrochada
Qual a saudade de alguém
Que volta por quase nada
Cuido, de cima do zaino
E vejo teu jeito pleno
Parece que abre os braços
Põe um pala de sereno
Soma a essência do pasto
Pra arreglar um cheiro bueno
Traz o aroma veraneiro
Sempre que ao vento te atiras
És pequena e traiçoeira
Encantas a quem te mira
Tipo do encanto bandido
Que dá algo e depois tira
Me judiaste ao tentar
Te colher, simples florzita
Como pode a flor mais linda
Ter silhueta tão maldita
Mas o espinho te condena
A viver sempre solita