Ele era da mouraria
E ela da Madragoa
Viviam longe um do outro
Mesmo vivendo em Lisboa
Um dia à Rua da Prata
Uma esquina os dois juntou
Ele olhou, ela sorriu
E aquela amor assim começou
Passaram dias e meses
E aquele amor foi paixão
Casaram os dois na Esperança
E foram para o Capelão
Tempos depois numa tarde
Em que tudo era virtude
Levaram os dois a filha
À Senhora da Saúde
Ela cresceu e um dia
Numa rua de Lisboa
Ficou presa aos olhos negros
Que vinham da Madragoa
Ele falou do seu bairro
E ela falou do dela
E começou o namoro
Ele na rua, ela à janela