No Cais Dourado, da velha Bahia,
Onde estava o capoeira, a Yaya também subia,
Juntos na feira, ou na Romaria,
No banho de cachoeira, e também na pescaria,
Dançavam juntos em todo fandango e festinha,
E no Reisado, contramestre e Pastorinha,
Cantavam, laiá, rara, laiá, rara, laiá, rara,
Nas festas do alto do Cantoá,
Cantavam, laiá, rara, laiá, rara, laiá, rara,
Nas festas do alto do Cantoá.
Mas loucamente,
A Yaya do Cais Dourado,
Trocou seu amor ardente,
Por um moço requintado,
E foi-se embora, passear em barco a vela,
Desfilando em carruagem, já não era mais aquela,
E o Capoeira, que era valente, chorou,
E o Capoeira, que era valente, chorou.
Até que um dia a mulata,
Lá no cais apareceu,
E ao ver o seu capoeira,
Pra ele logo correu,
Pediu guarita, mas o capoeira não deu,
Pediu guarita, mas o capoeira não deu,
Desesperada, saiu no mundo a vagar,
E o capoeira, ficou com seu povo a cantar,
Laiá, rara, laiá, rara, laiá, rara,
Laiá, rara, laiá, rara, laiá, rara...