Nas ruínas da história
A barba que antes luzia
Agora perde a cor
Um pouco a cada dia
E e dentro do sono
Se contituia a vigília
Da tristeza do soldado
O encanto da bailarina
Onde estará o canto que fiz meu?
Partiu-se da garganta e no vento se perdeu
E o circo, que ambulante
A noite faz sua peça
Tece a magia escura
Que de manhã sempre cessa
Despediu-se dos lugares
Aonde o sonho alcança
E foi pra terra em que
Sapatos ainda dançam
Enfim no encalço da mãe
A morte em sua cautela
Pedindo-lhe permissão
Lhe estendeu a mão fraterna
Até que a sina me deite em searas
Hei de procurar meu canto e palavra
E da magia de joão
Havia a última faísca
Que derrama o lampião
Quando a chama agoniza
Mas o conto se acabou
Quando o sono feneceu
Quando joão se retirou
E a bela adormeceu
Só me resta de lembrança
Da arquitetura singela
Que eu me despeça do sonho
Me despindo das ramelas
Antes que a morte me envolva em seu manto
Hei de encontrar a palavra do meu canto