Diga-me, oh nega-véia
Por que alimentas o sabiá
Eu sinto sede igual aos outros
Mas minhas lágrimas não me deixam voar
Eu vim da Babilônia
Onde ruínas escondem rumores
Rios e córregos mostram sua face
Faces ocultas escondem rancores
Eu quero beber dessa sua água
Ofereça sua sede numa face de mágoa
Venha nega veia fulera, fome e frio eu sinto para poder correr
Dos famintos, gloriosos, insanos, rudes profanos sem sobreviver
Nega-véia, cadê você, hipócrita
Corra beija-flor colorido, sentimentos ocultos podem corromper
O coração dessa terra deserta que enxergam as fontes que inspiram viver
Beija-flor, cadê você, Babilônia
Beija-flor, suas penas diferem do seu punho arrogante, morra de dor
Nega-véia, alvo do descaso, vítima do fracasso, tô na África.