Se eu for contar a minha vida
Qualquer poeta escreve um drama
Já desejei estrelas, e alcancei,
Mas já pisei na lama.
Fiz serenata à luz da lua,
Cantei paixões desiludidas
Gostei de andar na rua, por aí,
No meio das perdidas.
Já fui senhor e dono dos cabarés !
Fui recebido como rei, nos bordéis
Vivendo assim, deixei meu sangue,
Nos velhos botequins do mangue !
Já tive o brilho da riqueza a meus pés,
Mas já dormi, nos pardieiros e hotéis,
Na boemía da cidade
Gastei a minha mocidade.
Minha louca fantasia,
Foi assim me envelhecendo
Fiz de tudo que podia
E de tudo que eu fazia
Não me arrependo.
Quando lembro, que alegria,
Quando conto, me comovo,
Sei que nada volta um dia,
Mas eu juro que eu faria
Tudo de novo !