Com a viola na mão com mão no coração
Coração em parampas
Com o punho fechado o abrir do caminho onde vamos chegar
Com a esperança que vi estampada nos olhos daquela criança
Faminta de amor com a alma marcada de mágoa e de dor
Da tinta da caneta a força que faço no punho pra escrever
Um poema que diz que pra ser mais feliz tem que ser em Angola
Vou tentar soltar a voz debaixo da tua janela
Vou pedir a minha gente pra me acompanhar nessa serenata
Vou cantar pra te dizer que é por ti que eu consigo
Por ti que eu canto assim
Explorador dos oprimidos... fora
E os corrompidos... fora
O patife que desvia... fora
Os kubikos pras kitias... fora
As boleias dos mais velhos... fora
Os escaravelhos... fora
As princesa que têm tudo... fora
O suborno dos miúdos... fora
Os vestidos coloridos... fora
A agonia dos gemidos
Vou cantar pelo kota que bazou pra fora
E mantém a esperança antiga de voltar
Por aquela kanuka que nunca te viu
Mas que vê o seu kota chorar
Kota não chora kota não chora
Está a chegar a hora, a hora está a chegar
O n’dengue parido num longo e rouco gemido
De negra pele como negro está o seu futuro
N’dengue num chora Nuko num chora
Está a chegar a hora, a hora está a chegar
Vou tentar soltar a voz debaixo da tua janela
Vou pedir a minha gente pra me acompanhar nessa serenata
Vou cantar pra te dizer que é por ti que eu consigo
Por ti que eu canto assim
Explorador dos oprimidos... fora
E os corrompidos... fora
O patife que desvia... fora
Os kubikos pras kitias... fora
As panela sem piteu... fora
Kafokolo sem abreu... fora
O sofrer de noite e dia... fora
As barrigas tão vazias