Na cidade de Barretos depois da festa do peão
Pra cortar cabelo e barba foi entrando um folgazão
Só por trazer no bombacho a poeira do estradão
E naquela barbearia teve uma decepção
O dono da barbearia por ter certa posição
Na roda da sociedade quis desfazer do peão
Tirou o forro da cadeira faltando com a educação
Dizendo que os boiadeiros costumam sentar no chão
O peão lhe respondeu, eu não aceito lição
E topo qualquer parada na hora da precisão
Com pratas do meu arreio eu compro qualquer salão
Com ouro da minha espora faz jóias pra tubarão
O resto da minha traia é ouro fino do bom
Com o sol o freio brilha na boca do alazão
O peitoral é formado com vinte e seis argolão
Todos de ouro maciço, tem mais seis no cabeção
E falando pro barbeiro foi entregando um cartão
Com a marca Peão de Ouro, rei de toda a geração
E tirando da carteira sem fazer objeção
Forrou a cadeira inteira só com cheques de milhão
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)