Vento violeiro da noite
Venha cantar minhas mágoas
Poeta o nosso lamento
Com o barulho das águas.
Pendura raios e estrelas
Na viola em forma de tiras
E no terreiro dos campos
Faça a esquentar o catira.
Afine vossa viola
No galho seco do Ipê
No festival do sertão
Todos esperam você
As folhas mortas rolando
Com seu assopro macio
É a natureza dançando
Nas águas frescas do rio
Na cama azul da saudade
Vê se embala o sono dela
Vento violeiro te peço,
Faz serenata prá ela.
Vento violeiro da noite
Vem cantar em meu telhado
As tristes vozes que o tempo
Traz do coral do passado
Meu grito de solidão
Com o seu canto chorado
Forma a dupla da tristeza
Soluçando duetado