É doida de jogar pedra
A velha da roupa preta
Que anda pela cidade
Pedindo por caridade
É bruxa ou feiticeira
Esta miséria ambulante
Esse pedaço de gente
Se arrastando na ladeira
As latas que ela carrega
Acordam a rua inteira
E a meninada esgoela
Chaleira, chaleira, chaleira
Lá vem a chaleira
Lá do alto da poeira
Lá vem a chaleira
Lá do alto da poeira
Chaleira é mulher velha
Mas que já foi menina
Que teve seu endereço
Nessa minha Diamantina
Rua caminho do carro
Foi a sua passarela
Ali ela foi princesa
Foi a nossa cinderela
A vida deu tantas voltas
E de tal forma a maltrata
Que seu véu era de noiva
Hoje é um véu de lata
Lá vem a chaleira
Lá do alto da poeira
Lá vem a chaleira
Lá do alto da poeira
Na rua jogo da bola
Ou mesmo na grupiara
Os meninos ouvem lata
E saem em algazarra
Menino sabe o instante
Não sabe o que veio antes
Menino sabe o agora
Não sabe o que foi outrora
Menino corre da velha
Quando a velha joga pedra
Menino corre de medo
Menino caga no dedo
Quando a velha joga pedra
Ela está louca da vida
Pela vida que ela tem
Pela vida que tivera
Lá vem a chaleira
Lá do alto da poeira
Lá vem a chaleira
Lá do alto da poeira
Lá vem a chaleira
Lá do alto da poeira
Na rua jogo da bola
Ou mesmo na grupiara
Os meninos ouvem lata
E saem em algazarra
Menino sabe o instante
Não sabe o que veio antes
Menino sabe o agora
Não sabe o que foi outrora
Menino corre da velha
Quando a velha joga pedra
Menino corre de medo
Menino caga no dedo
Quando a velha joga pedra
Ela está louca da vida
Pela vida que ela tem
Pela vida que tivera
Lá vem a chaleira
Lá do alto da poeira
Lá vem a chaleira
Lá do alto da poeira
Lá vem a chaleira
Lá do alto da poeira
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)