Quero aprender a andar na luz do dia.
Quero aprender a gostar de calor
enquanto esse verão ainda existe,
antes do frio e do cobertor.
Quero aprender a perder o meu rumo,
chupar o sumo do que eu for sentir,
tragar o mundo como eu trago o fumo,
perder o prumo e me deixar cair
e desse jeito aprender o que é vida,
o que é preguiça de se aborrecer,
olhar o mundo como quem me ama
que disse que me ama até morrer.
Quero aprender a dizer o teu nome
como ninguém nunca ousou dizer,
a ser você, a matar minha fome
no teu sorriso que me faz morrer.
Quero aprender a não dizer mais nada
dizendo tudo o que puder haver,
falando pouco, em poucas palavras
contar pro mundo que tudo é você
e desse jeito aprender o que é vida,
o que é preguiça de se aborrecer,
olhar o mundo como quem me ama
que disse que me ama até morrer.
Quero aprender a me esquecer da vida,
ter na cabeça só raios de sol
como a minha querida
e sem mais sem mais, sem nada
só você, amor.
Quero rodar enquanto o mundo roda,
fazendo pó na estrada com você.
Ouvindo moda enquanto você joga
em mim a culpa por querer viver.
Quero cantar como num balbucio
porém gritando se eu quiser gritar,
por opção, como quem ama o
Rio mas tem São Paulo como seu lugar
e desse jeito aprender o que é vida,
o que é preguiça de se aborrecer,
olhar o mundo como quem me ama
que disse que me ama até morrer.