Ó minha mãe, minha mãe
Ó minha mãe, minha amada
Ó minha mãe, minha mãe
Ó minha mãe, minha amada
Quem tem uma mãe tem tudo
Quem não tem mãe não tem nada
O Ardinita, o João, levantou-se muito ledo
Porque tinha que estar cedo
á porta da redação
Trincou um naco de pão
Que lhe soube muito bem
Antes de partir porém
Beija a mãe adormecida
Dizendo cá vou á vida
Ó minha mãe, minha mãe
A mãe com todo carinho
Deitou-lhe a benção ,beijou-o
E depois aconselhou-o
Sempre muito juizinho
Toma conta no caminho
Não fumes ,não jogues nada
Pode ficar descançada
Disse ele para a iludir
E tornou-se a despedir
Ó minha mãe ,minha amada
Cruzou toda madragoa
Satisfeito ,a assobiar
Uma marcha popular
Do São João em Lisboa
Nisto pensou
É tão boa a Minha mãe, e contudo
Como é engano, a iludo
E lhe minto, coitadinha
Gramo tanto essa velhilha
Quem tem uma mãe, tem tudo
Nesse calão repelente
Da giria da malandragem
Existe o que de homenagem
Nessa boquita inocente
Marcha pro jornal contente
Sempre de alma levantada
E como calão lhe agrada
Repete como eu a gramo
Tanto lhe quero, tanto a amo
Quem não tem mãe ,não tem nada
Tanto lhe quero, tanto a amo
Quem não tem mãe ,não tem nada