De poeta e de louco
Lá diz o velho ditado
Todos nós temos um pouco
Alguns um bom bocado
Amor com amor se paga
O ódio com ódio também
Não esperes pela demora
Que o que deres logo vem
Andam as quadras à solta
Na boca do cantador
E as raparigas às voltas
à procura de amor
S’eu soubesse que o pecado
Tinha algo de melhor
Ia logo alí ao lado
Pecar para o corredor
È que a minha vizinha
Está-me sempre a provocar
Se eu apanho lá sozinha
Vamos os dois a pecar
A vida é um caldeirão
Onde todos vão comer
Alguns comem com a mão
Porque nem têm colher
Uns apanham tudo e mais
Outros ficam já sem nada
Se fossemos todos iguais
Não havia caldeirada