Erlon Péricles / Binho Pires
Chamamé
Falado:
A madeirama toda de lei, classifiquei na moda veia
Só puro cerne que eu vou socando e vai ficando que é uma tetéia.
Cantado:
Corta a taquara pra alinhar a cerca que não tem perca essa aporfia
Maneia as tramas, fura os palanques, até de tarde atemos as guia
Vou cavocando na tabatinga, essa restinga tá me judiando
Lajedo brabo, fundão de passo, eu vou no braço me sustentando.
A madeirama toda de lei, classifiquei na moda veia
Só puro cerne que eu vou socando e vai ficando que é uma tetéia.
Vamos cortando cerro e canhada, pouca risada, muita labuta
De noitezita me vou pra vila e deixo os pilas lá no Chicuta;
Cava que cava, soca que soca, fura que fura, bota que bota
Que nem tatu abrindo toca fazendo cerca na Bossoroca.
Estronca forte, mestre de angico, firma o rabicho e vai tenteando
Mordete e gancho, braço e corrente , ringindo os dentes, bamo
estirando
São cinco liso e depois o farpa que dão as cartas nesse tirão
Cerca gaúcha, campo e rodeio de dar castelo até lebrão.
É timbauva, rincão do ipê, oigalê Taquarembó
É a Bossoroca velha tronqueira bem missioneira como ela só
Vamos cortando cerro e canhada, pouca risada, muita labuta
De noitezita me vou pra vila e deixo os pilas lá no Chicuta;
Cava que cava, soca que soca, fura que fura, bota que bota
Que nem tatu abrindo toca fazendo cerca na Bossoroca.