Telmo de Lima Freitas
Vanera
Amanhã vão fazer festa no rancho da Gasparina
Num canto candieiro aceso, no outro canto lamparina
Amanhã vão fazer festa no rancho da Gasparina
Gaita gemendo e chorando, um pandeiro e um violão
Numa vanera daquelas de abrir buraco no chão.
Numa vanera daquelas de abrir buraco no chão.
Quase todos eram crentes orando com devoção
Mas um frasco de água benta cruzava de mão em mão
Quase todos eram crentes orando com devoção
Cada um bebericava numa santa confraria
Não atrapalhava a dança, nem o tranco das gurias
Cada um bebericava numa santa confraria
Mas a gaita do Galeno por nada se atrapalhava
Quanto mais pendenga havia muito mais ele tocava.
Mas a gaita do Galeno por nada se atrapalhava
Era o compadre neguinho mais um negrito de guerra
Parecia um touro alçado berrando e cavando a terra
Parecia um touro alçado berrando e cavando a terra
Quando facão rebatia no pulso do Sezefredo
Parece até que o demônio ficava louco de medo
Parece até que o demônio ficava louco de medo
Amanhã vão fazer festa no rancho da Gasparina
Num canto candieiro aceso, no outro canto lamparina
Amanhã vão fazer festa no rancho da Gasparina