Nilo Brum
Chamamé
Oh de casa sinhá Maria vim trazer-lhe o meu abraço
Oh de casa sinhá Maria vim trazer-lhe o meu abraço
Me tapei de liberdade e desencilhei o picaço
É que o pobre do matungo tá num baita suador
E o tempo já ta se armando lá pra ao lado chovedor.
Hoje tá fazendo um ano que o compadre morreu
Ele não tinha outro amigo mais chegado do que eu
Pois não é que três ontonte num sonho me apareceu
E a senhora nem sonha o encargo que ele me deu.
Comadre me ceve um mate do jeito do seu agrado
Enquanto a chaleira esquenta venha sentar do meu Aldo
Depois eu lhe conto tudo o que me disse o finado
Pra ora vou resumindo o encargo que me foi dado.
Ele disse que se agita dia e noite em sua cova
Preocupado com a senhora que ficou viúva tão nova
Me pediu que lhe cuidasse já que também sou sozinho
Do jeito que ele cuidava com muito amor e carinho.