Às vezes te encontro
Num ato que crio
Num riso que rio
Sem premeditar
E atento te ouço
No vento no pio
No canto vadio
Perdido no ar
Me atrevo e te toco
Na trama que fio
Cegueira que eu guio
Sem predestinar
E louco te provo
No gosto vazio
De um tolo assobio
Que vivo a soprar
E amada te sinto
Em doce arrepio
No medo e no frio
Do meu suspirar
Real te desejo
No leito do rio
Correndo em teu cio
No rumo do mar