Ê zabelê
Seu Alziro deu a bença
Andorinha bateu asa
Santo Reis pede licença
Pra arrear na sua casa
Ê zabelê
Quantas voltas dá o mundo
Pelejando contra o tempo
Cansado, torto e sem rumo
Carregando o firmamento
Abre a sala senhora
Chegou o povo de lá
Que não cansa e nem chora
Se a farinha faltar
Desde antes do mundo
Quem precisa de pouco
Muito tem pra cantar
Traz o som do trovão
Os preto pra rodar
Pra abençoar o chão
Mode os que vem pisar
Num carece aflição
Porque o sol amanhã
Ta no mesmo lugar
Cada rumo tem sua sina
Cada passo seu tamanho
Cada casa tem uma rima
Cada dia tem seu ganho
O deixado na promessa
Emprenha o chão de vida
Porque a graça nunca cessa
Dura a demora da lida
Que lembra num pranto
Pro amor não faltar
A dor que cabe no canto
Não vai enjeitar
Machuca, sara e passa