Nestes versos tão singelos
Minha bela, meu amor
Pra você quero contar
O meu sofrer e a minha dor
Eu sou como um sabiá
Quando canta é só tristeza
Desde o galho onde ele está
(Eu sou como um sabiá
Quando canta é só tristeza
Desde o galho onde ele está)
Nesta viola
Eu canto e gemo de verdade
Cada toada
Representa uma saudade
Eu nasci naquela serra
Num ranchinho a beira chão
Tudo cheio de buraco
Onde a Lua faz clarão
Quando chega a madrugada
Lá no mata a passarada
Principia o barulhão
(Quando chega a madrugada
Lá no mata a passarada
Principia o barulhão)
Nesta viola
Eu canto e gemo de verdade
Cada toada
Representa uma saudade
Lá no mato tudo é triste
Desde o jeito de falar
Quando risco na viola
Dá vontade de chorar
Não tem um que cante alegre
Todos vivem padecendo
Cantando pra aliviar
(Não tem um que cante alegre
Todos vivem padecendo
Cantando pra aliviar)
Nesta viola
Eu canto e gemo de verdade
Cada toada
Representa uma saudade
Vou parar com minha viola
Já não posso mais cantar
Pois o Jeca quando canta
Tem vontade de chorar
É o choro que vai caindo
Devagar vai se sumindo
Como as águas vai pro mar
(É o choro que vai caindo
Devagar vai se sumindo
Como as águas vai pro mar)
Nesta viola
Eu canto e gemo de verdade
Cada toada
Representa uma saudade
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)