(“Lá no alto da montanha
Numa casinha estranha
Toda feita de sapé
Parei uma noite o cavalo
Por causa de dois estalo
Que ouvi lá dentro batê
Apeei com muito jeito
Ouvi um gemido perfeito
E uma voz cheia de dor
Você Tereza descansa
Jurei de fazer vingança
Por causa do meu amor
Pela fresta da janela
Vi uma luzinha amarela
De um lampião se apagando
Vi a cabocla no chão
E o cabra tinha na mão
Uma arma alumiando
Virei meu cavalo a galope
Risquei ele de chicote
Fiz a espora sangrar
Desci a montanha abaixo
Galopeando em cima do macho
E o seu doutor fui chamar
Voltamos lá pra montanha
Naquela casinha estranha
Eu e mais o seu doutor
Topamos com o cabra assustado
Que nos chamou para um lado
A sua história nos contou”)
Há tempos fiz um ranchinho
Pra minha cabocla morar
Pois era ali nosso ninho
Bem longe desse lugar
No alto lá da montanha
Perto da luz do luar
Vivi um ano feliz
Sem nunca isto esperar
E muito tempo passou
Pensando ser tão feliz
Mas a Tereza, doutor
Felicidade não quiz
Pus meu sonho neste olhar
Paguei caro o meu amor
Por causa de outro caboclo
Meu rancho ela abandonou
Senti o meu sangue ferver
Jurei a Tereza matar
O meu alazão arriei
E ela fui procurar
Agora já me vinguei
É esse o fim de um amor
Esta cabocla eu matei
E a minha história, dotor
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)