Um dia destes passado
Eu sentei pra descansar
Num mourão de uma porteira
Na saída do pomar
O sol ia avermelhando
Já na hora de entrar
Senti uma dor no peito
Uma vontade de chorar
Recordando de um passado
Que nunca mais voltará
Nossa vida é como um rio
Corre, corre sem parar
No lugar que a água passa
Nunca mais torna a passar
A dor que eu trago no peito
Não há meio de acalmar
Vou nas festas e canto moda
Procuro me disfarçar
Não tem dia que eu consiga
Ficar sem de ti lembrar
Triste hora foi aquela
Que nós fomos se encontrar
Meu coração tem momento
Parece que vai parar
Dá pancada tão doída
Que eu não posso suportar
É duro fingir alegre
Com vontade de chorar
Esse alguém que é culpado
Desse meu triste penar
Eu tinha plena certeza
Que era um coração leal
Seu rosto revela bondade
O coração é quem dirá
Julguei que a felicidade
Comigo vinha morar
A felicidade sai
Chega outra em seu lugar
A tristeza e a saudade
Nunca pode separar
Onde ela faz a morada
Pra sair dá o que pensar
Hoje você me despreza
Pra mim vai ser de amargar
Vou procurar te esquecer
Isto custe o que custar
Ouça o que estou dizendo
Amanhã você verá
O mundo dá tanta volta
É um ditado natural
Mais hoje, mais amanhã
Arrependida voltará
O arrependimento vem
Muito tarde chegará
Quem hoje dá o desprezo, ai
Amanhã receberá
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)