Oh! alma que vaga sem rumo, sem norte
Que foge da sorte que o mundo te deu
Não sabes, nem sentes o meu desatino
Porque teu destino difere do meu
Que houve contigo depois de dez anos?
Mudaram os teus planos, nem sei o que és
Tu vagas sem rumo tal qual folha solta
Nas águas revoltas dos igarapés
Em tua viagem por terra e por água
Tu deixas a mágoa e levas também
Ternura, esperança e toda a alegria
Daqueles que um dia quiseram teu bem
Tivestes a prova por mais de seis meses
Porque muitas vezes sorrindo chorei
Pra mim outra mágoa maior não existe
O pranto mais triste que já derramei
Embora sofrendo e tão desgostoso
Fui vitorioso aos olhos dos meus
Cansado de ouvir-te na mesma mensagem
Faltou-me coragem pra dar-te adeus
Mas hoje refeito mais nem te condeno
Esqueço o veneno da ingratidão
Se esta é a sorte então que assim seja
Que Deus te proteja na tua ilusão