Quero nestes versos que eu fiz pro meu povo,
relembrar de novo o nosso sertão
A nossa cidade que era pequena,
mas tinha beleza que hoje não tem não
O carro de boi, a charrete e a boiada
que vinha tocada por vários peões
O carro trazia o café e o arroz
todos mantimentos pra população
Nossa região era rica em beleza
com a natureza entre os ribeirão
O rio Tietê e o Jacarézinho são nossos vizinhos,
têm lindos varjão
Jacaré Guassu que era o primeiro,
tem o São Lourenço e o São João
Todos esses rios e córregos pequenos
corriam serenos sem poluição
As grandes fazendas que tinham os colonos,
tocava o café e fazia mutirão
Nos fins de semana a sanfona chorava
e o povo dançava até de pé no chão
Não se tinha luxo, todos respeitavam
se era o empregado ou se era o patrão
Os pais não podia nos dar o estudo,
mas dava pros filhos muita educação
O nosso Corguinho no meio da mata
onde a passarada fazia canção
A juriti e a codorninha, bem de tardezinha fazia oração
Um urutau na ponta de um pau e o curiango cantava no chão
Nos fins de semana eu não sossegava
se eu não montava no meu Alazão
Domingo é dia santo, saía de casa,
beirava o rio com os meus irmãos
Pra ver o trenzinho que vinha passando
e vinha beirando o Rio São João
Maria fumaça tocada à lenha,
seu eco do apito abalava o sertão
Com carga e descarga em todas cidades,
hoje é saudade que enche um vagão