Andei pela Mouraria
Nas tascas de antigamente
Mas o fado estava ausente
Mudou de lá, quem diria
E corri Lisboa inteira
Até encontrar o fado
Porém achei-o, mudado
Cantado de outra maneira
Chorai fadistas chorai
Como dizia a cantiga
E se uma guitarra amiga
Trinar em tom magoado
Cantai fadistas, cantai
Com vossas gargantas roucas
Que anda o fado noutras bocas
Que não são bocas pró fado
Agora de madrugada
Eu oiço por todo o lado
Noutras bocas outro fado
Que do fado não tem nada
E choro então o passado
Os fadistas que morreram
Ouvindo alguns que nasceram
Pra tudo, menos pró fado