Cada dia era um dia
Cada hora dizia
Algo novo sobre ser mulher
Sobre ser maior
Sobre o medo e o amor.
Cada olhar
Cada adeus
Cada gesto dos seus
Era luz
Era choro
Era canto
Era pouco e era tanto
Do seu manto de cor.
E no fundo a fobia da ancoragem
Essa eterna viagem
Bem tentava curar
Para ter algo de seu
Mas só no nada querer
Ela nada perdeu.
Toda a gente dizia
Suga-me ate ao tutano e chama-me vida
Deixa-me me ser a paragem da tua corrida
Mesmo os rios mais inquietos descansam no mar
Não quero que um dia caias de tanto voar
E ela respondia
Voo porque lá em cima me deixam sonhar
Cada paragem que faço é só para descansar
Mas levo-te bem
Nas águas não quero apagar-te
Chamo-te vida se dela quiseres fazer parte.
Cada chão era um palco
Cada rua um teatro
Mesmo o erro era um sábio juizo
E a chorar com um sorriso.
Era fácil sofrer
Se temia arriscava
Se gostava beijava
Sem preconceito
A mensagem que à sua passagem
Ensinava a viver.
Suga-me ate ao tutano e chama-me vida
Deixa-me me ser a paragem da tua corrida
Mesmo os rios mais inquietos descansam no mar
Não quero que um dia caias de tanto voar
E ela respondia
Dou porque lá em cima me deixam sonhar
Cada paragem que faço é só para descansar
Mas levo-te bem
Nas aguas não quero apagar-te
Chamo-te vida se dela quiseres fazer parte.