Quebra o adeus diante do espelho
Na frente do ventilador agoniza o mofo afoito da moldura
Minhas dores e minhas provações
não cabem nessa imensidão inerte
E tranquilamente, sei que morro no mar
Os pratos e copos sujos na pia seca
Na lonjura da tua fronte cansei a distância
Quem dera eu soubesse nadar
Mas na vida há de ser sempre um velho amigo da morte
Lancei minhas asas estraçalhadas pelos cães
Serão um bom alimento pra suas piadas
E bem reconheço há quem saiba latir
Apanha uma carona numa gota de sangue escolhida
O tempo dos navios atracados enferruja lá atrás
E eu me salvo no bote
E oriento minha sorte
E remendo os ventos num dissonante agradável
Quanto às âncoras
Nem vão subir e nem vão afundar
Antes de remar pro além
Rumo pra o além mar
Em meu bote eu voou