O que disse dos remédios
Que me fazem subir e descer por essas montanhas?
O que disse dos remédios
Que me fazem andar com retidão por essa estrada?
Quando a sola do sapato surtado descolou
Quando a poeira escreveu nas roupas do varal
A caneta vazou de repente
Desdenhou o desenho do teu rosto e
As mãos trêmulas equilibrando uma coleção
De derrotas empilhadas
A plateia bate palma de todos os hemisférios
O covarde não retribui
Em verdade já se foram
São ecos e ecos e ecos de estupidez e
Ouvidos desperdiçando horizontes
Afundando num fétido oceano de bobagens
Despencar é melhor
Se joga, despenca!
Despencar é melhor!
Escolhe um caco e desenterra um voo
Pois teu coração
O teu coração não será bem-vindo
Em cemitério algum
Em cemitério algum!
Então aprende a voar
Joga fora os remédios!
O remédio é voar!