(“Dá licença minha gente que eu agora vou declamar
Tem gente que fala dos outros mas é de mim que eu vou falar
Tenho fama e um bom cartaz, disso eu posso me orgulhar
Mas tudo que eu tenho eu devo a quem me pôs neste lugar
É esta platéia querida que sabe tão bem aplaudir
Com as palmas da platéia muitas emoções eu já senti
Se estou no pedestal da glória e os degraus da fama eu já subi
Devo ao público brasileiro e amigos que eu conheci
Sou artista por vocação, sou amigo dos amigos
Tem gente que fala de mim mas pra esta gente eu não ligo
A inveja não me atinge, na minha luta eu prossigo
Quero que Deus abençoe e perdoe meus inimigos
Minha fama corre o mundo, todo mundo me admira
Meu peito é igual um sino, minha voz é igual ...
Sou um rei e minha coroa tem brilhante e pedra safira
Da minha cabeça essa coroa quero ver quem é que tira
Para o ódio eu respondo com palavras de perdão
Daqueles que me odeiam eu estendo a minha mão
Faço igual Nosso Senhor no dia da sua traição
Que deixou Judas beijar na face pra dar o sinal da traição
Já recebi cartas anônimas com terríveis ameaças
Com promessas de vingança me desejando trapaça
Eu queimei uma por uma, das palavras eu achei graça
Só ficou a cinza na terra e foi para o céu a fumaça
Quem escreve e não põe o nome comete a maior traição
Eu comparo com o gato que dá o tapa e esconde a mão
É a arma que usam os fracos, homens sem posição
É a fortaleza dos covardes mais perigoso que o ladrão
Vejo os amigos felizes e seus negócios progredindo
Fico alegre e satisfeito por que eles tem que subir
A tristeza invade meu peito em não impedir
Quando um amigo fracassa e vejo na estrada cair
Sou sincero e destemido, dos meus pais a herança veio
Mas não dobro a minha espinha, coisa que eu acho veio
Sou igual o puro sangue, de nada eu tenho receio
Se eu precisar eu morro na raia mas não deito com o arreio”)
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)