As nossas crianças de hoje serão os homens de amanhã
Se não forem amparadas nossas esperanças serão vãs
Por isso as nossas autoridades tem sido muito zelosas
Devem cuidar das crianças que do mundo são as rosas
Quantos meninos há por aí de pés no chão esfarrapados
Famintos e maltrapilhos por este mundo jogado
Quantas crianças sem escola que não sabem o abc
Atacados por fraqueza que morrem logo ao nascer
Muitas vezes uma mãozinha se estende à nossa frente
Pedindo pelo amor de Deus com palavras comoventes
E a gente que tem alma e no peito um coração
Ao dar aquela esmola faz um vagabundo ou um ladrão
Esse drama é bem mais triste em todas as grandes capitais
Há milhares de crianças que nem conhecem seus pais
São órfãos de pais vivos, aleijados, cegos ou dementes
Filhos de mães solteiras, os futuros indigentes
Visitando uma penitenciária com os presos conversando
Fui ouvindo as suas histórias no fim acabei chorando
O criminoso mais temível ou ladrão mais conhecido
Foi apenas na sua infância um pobre moleque esquecido
E crescendo ao Deus dará sem o amparo maternal
Juntou-se a outros meninos trilhando o caminha do mal
Um roubo pequeno ontem, hoje um assalto a mão armada
Amanhã trinta anos de prisão, para sempre uma vida desamparada
Por isso nosso bom presidente, deputados e governadores
Senhores vereadores e prefeitos, dignos juízes e senadores
Esses versos são um apelo em nome de nossas crianças
Depositamos nas vossas mãos nossas derradeiras esperanças
Os traficantes do vício, os reconhecidos marginais
Cujos retratos diariamente se vê nas páginas dos jornais
Foram crianças sem infância, foram meninos sem um teto
Levados ao caminho do crime pela falta de um afeto
Olhai as nossas criancinhas, ensinai-lhes os bons caminhos
Ser pobre não é desdito, o mundo é cheio de espinhos
Porque nos mais humildes barracos pode residir a honestidade
Não é só nos ricos palácios que mora a felicidade
Meu Deus, tenha piedade, atendei as preces minhas
Disse o vosso filho Jesus:- Vinde à mim as criancinhas
Faça com que as autoridades olhem com os olhos do coração
Afague com as mãos da alma as criancinhas desta nação
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)