Batuque pra Orixá
Canto em Yorubá ôô ôôô
Eu sou bravura que acende a chama
Realeza africana filha de Oxum e Xangô
Recebida ao toque do tambor
Em peles de animais e tronos de marfim
Vi a natureza se curvar a mim
E chamar a fúria do invasor
Meu povo batalhou, na luta sucumbiu
Aprisionado meu sonho resistiu
E no balanço do mar meu olhar marejou
Marejou meu olhar diante tanta dor
Correntes não vão nos calar
Uma flor vai desabrochar
A esperança aportou no meio dos coqueirais
Em uma mancha de fé, fiz da prece meu cais
Palmares, meu Ilu Ayê
Um novo dia a florescer
Vestida de branco, batuque de Ogã
Clamando ao mundo a luz do amanhã
Brasil, tu és a terra de Orunmilá
Teus filhos tem que acreditar
Na herança da Princesa de Oxalá
É a força do Orun, é o canto da raça
Igualdade, Senhor, pra todos nós
Negritude é liberdade
E a Mancha é a nossa voz!