Dona Adelaide ao levantar a saia,
Faz tremilíques por mostrar a meia,
Meia de seda e de bordados cheia,
Saia, com renda alva de cambraia.
Diz que mostrar à sua pífia aia,
A qual sobre ela com fervor gorjeia,
E diz que a andar se bamboleia,
Somente por inflamar mais essa raia.
Numa tarde chuvosa e enlameada,
Sobre o pézinho, à meio, saltitando,
Vinha a meia e a saia mostrando,
Seguida de faceira passarada.
Eis que escorrega, tomba sobre a amiga,
À qual ao levantar-se toda encalistrada,
Ó céus, dona Adelaide, a bela fada,
A meia mostra até... Depois da liga !.