Descem na correnteza, para o mar
Todos os artifícios da paisagem
Bichos e plantas passam, na voragem
Das águas que não param de passar
Não param de passar
Os que vão mortos (última viagem
De quem nunca pensou em navegar)
Parecem vivos, tal o modo que agem
Na pressa de chegar a algum lugar
Na pressa de chegar a algum lugar
As águas vão levando em sua fúria
Restos de tarde, auroras, a luxúria
Das bestas, copulando em pleno cio
E, quando já não resto no caminho
O que levar, no louco torvelinho
As águas vão levando o próprio rio
E, quando já não resta o que levar
As águas vão levando o próprio rio