Você abre a cortina
vem essa luz e me desbaratina
E digo: Às vezes quero a escuridão!
Você sustenta para mim um sim
mas é que às vezes quero, não!
Você, recorda-me outros tempos
eu abro as asas quero os ventos
não leves, fortes, de um tufão
Meu sangue é sempre inconstante
é chumbo, é nota, é cobre
É que eu sou um metal pesado
Ideal contaminado com crenças de ser!
Sou feito de metal solúvel
filho d'água e de mercúrio!
Andei sonhando uma modinha
e as notas formavam compassos
arfavam incoerentes corações
Era uma valsa de contradições!
Andei pensando uma vida
via tristes, sólidos, concretos
mas na verdade, o que eu queria
eram velhos salões
Rodopiantes
Casais dançantes
Tempos que agora
Longe se vão!
Mas acontece que sou modernista
metido a alquimista
meio saudosista
do que não passou
Mas eu confesso
o mundo esta perdido
não se encontra amigo
e a meninada corre e
eu me lembro
do que passou! (bis)