Desfraldei velas á aragem
Na minha nau de ilusão
Dei ordens á equipagem
E lá fui numa viagem
Á roda do coração
Largo as amarras do encanto
Saio a barra da ventura
Mas o desgosto era tanto
Que passei ao mar do pranto
Pelo estreito da amargura
Sopra um vento de ansiedade
No temporal do tormento
E no fim da tempestade
Vejo o pico da saudade
Na ilha do esquecimento
Passam ódios em cardumes
Enquanto a esperança me abraça
Dobro o cabo dos ciúmes
E vejo asas de queixumes
Nos rochedos da desgraça
Por minha fatalidade
Volto ao porto da paixão
Vi só inveja e maldade
Já não há felicidade