Sempre que me vou deitar
Antes do sono me dar
Trago o mundo à minha mente
E sem sabe-lo entender
Sofro por ele não ser
Igual para toda a gente
E perante tal visão
Que me aperta o coração
Choro quem, por mal estranho
Cumpre uma sina daninha
Sem ter cama como a minha
E uma casa como eu tenho
Sempre que à mesa me sento
Na hora em que me alimento
Logo a ideia me salta
Que embora simples manjar
Estou eu a saborear
Aquilo que a muitos falta
Neste mundo sem sentir
Não deviam existir
Situações tão desiguais
Nem grandes nem tão pequenos
Nem tantos terem de menos
Nem outros terem demais
Onde está o nosso Deus
Que é p? lo bem dos filhos seus
Que não quer fome nem guerra
Porque andará Deus assim
Tão esquecido, sem por fim
Às desgraças que há na terra
Ó Deus se és tão milagroso
Põe no mundo ambicioso
A tua divina mão
Traz à terra o doce bem
De não faltar a ninguém
Casa, paz, amor e pão