Cada vez que ia p'ra feira
A Rosinha do moínho
Perdia a manhã inteira
Na demora do caminho
Os seus olhos eram esperanças
E as redondas arrecadas
Tão lindas e tão doiradas
Como as suas loiras tranças
E os rapazes só p'ra vê-la
Iam todos atrás dela
Um... dois... três... quatro... cinco... seis
Um dia a Rosa casou
Na capelinha da aldeia
Com alguém de quem gostou
Que tinha um bom pé de meia
Os anos passam correndo
E por graça do Senhor
Da semente desse amor
Os filhos foram nascendo
Um... dois... três... quatro... cinco... seis
Hoje a Ti Rosa moleira
Já sente o peso da idade
Mas ainda vai á feira
Para matar a saudade
Como é comprido o caminho
Que tão curto, outrora fora
Para a feira vai agora
Montada no seu burrinho
Atrás dela vão também
Os netinhos que já tem
Um... dois... três... quatro... cinco... seis
Mal chega á feira, A Rosinha
Olhando os netos sorri
E parece uma raínha
Com a corte atrás de si
E o moínho onde ela mora
Enquanto ela vai feirando
Vai moendo e vai contando
Os minutos que demora
Um... dois... três... quatro... cinco... seis
É que o moínho também
Tem os anos que ela tem