Trabalhei um mês com um caminhão
E o meu patrão era um tal Mané
Me pagou a conta e me mandou passear
Depois de xingar a classe dos chofer
E o homem tinha toda a sua razão
Com o seu caminhão lá no Canindé
Um poste e uma casa eu desmantelei
Quando manobrei o carro em marcha ré
Como em nossa vida logo tudo passa
Eu entrei na praça em carro de aluguel
Trabalhando à noite como empregado
Num ponto afamado na Praça da Sé
Eu tinha mania da velocidade
Dentro da cidade eu metia o pé
O meu apelido era “pé na tábua”
Eu dizia: n’água salve quem puder
Cabelo penteado, meu boné de lado
Sempre assanhado perto de mulher
Eu pagava multa quase todo mês
E algumas vezes quatro, cinco até
Sempre mariscando eu formava pega
Deixando o colega sempre de má fé
Dei uma trombada perdi o pára-lama
E fiquei de cama com gesso no pé
Com a minha mania de cabra largado
Fui prejudicado, veja como é
Um dia o guarda me tirou a carteira
Para o bem da ordeira classe de chofer
Até que foi bom acontecer assim
Agora pra mim está de mulher
Com minha viola trabalho cantando
Feliz vou remando em boa maré
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)