Aquele chão hoje tão abandonado
Foi no passado um verdadeiro jardim
Da casa branco onde foi palco de festa
Hoje só resta suas marcas no capim
Resto de esteio que também vejo caído
Já corroído pelos anos ali no chão
É a imagem da tristeza que desola
Mas que consola na dor da recordação
Ouço a biquinha de água cristalina
Que vem da mina ao terreiro da cozinha
Estou me vendo dentro dos meus oito anos
Feliz brincando no recreio da escolinha
Ouço as batidas do monjolo lá na fonte
Lá bem no monte o gado leiteiro pastando
Vejo as galinhas correndo atrás do milho
E o meu tordilho manga-larga relinchando
Pobre porteira, só resta um mourão
Recordação que jamais esquecerei
Nele escrevi o lindo nome da Rosinha
A caboclinha com quem eu me casei
Vou relembrando e sonhando acordado
O meu passado que só me faz sorrir
Pra quem viveu tamanha felicidade
Tanta saudade não é fácil resistir
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)