Quando você entra na sala de trabalho
Com o seu charme e o seu gostoso perfume
Até a flor que coloquei em sua mesa
Fica murcha de inveja e de ciúme
E quando chega em frente sua escrivaninha
Até a cadeira lhe recebe com ternura
Sua caneta ao deslizar entre seus dedos
Fica orgulhosa pela sua assinatura
Ao descobrir a máquina de escrever
Representa estar acariciando alguém
Um alguém que você ama com carinho
E que por certo deve lhe amar também
Você trabalha o dia todo e não percebe
Que a todo instante eu a olho com ternura
E um desejo quase louco me domina
De ser amado por tão linda criatura
É desse jeito que as horas vão passando
Quando percebo já chegou o fim do dia
Você sorrindo se despede e vai embora
Deixando a sala e minha alma tão vazia
Todos os dias eu assisto o mesmo drama
Vejo no palco ir fechando a cortina
Mas numa noite vou sonhar acordado
Com a imagem da mulher que me fascina
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)