MISS FEIÚRA NENHUMA
Miss feiúra nehuma
Bonitamente falando
O nome dela era Miss
Nomezinho portátil para tanto porte
Só tinha mesmo um defeito:
Uma marca de vacina, no braço.
Tipo mulher, mulheraço
Belezona de engolir festa
Por onde passava
Todos ligavam os seus risores
Mulheres, meninos, senhores
Os cabras bestas, cabrabestavam-se todos
Contaminavam-se todos
Com o perpétuo chingoso do seu ferrão
Rebolandíssimamente
De sapequisse matreira
Parecia uma forrageira
De triturar atenção
Nunca se viu tanta bundalidade
Ou mesmo nada tão fêmeo
Arte tão divinatória
Do mulherame seleto,
Parecia ser o derradeiro caroço
Desalvoroçava qualquer alvoroço
Alvoroçadamente, falavam Zé de Cazuza, e o mestre Chico Dedêz
Eu vou dizer para vocês
Pense numa nega boa
Ela é muito mais que um Seiko
Muito mais que um Orient
È bem dizer, um Omega, um Rolex de pessoa
O corpo dessa danada é mesmo que tititi
E um punhado de milho no galinheiro da gente
Ô bicha do rabo quente!
Ói, nem que eu tivesse dois ‘rim'
Dois ‘pulmão', dois ‘intistino'
Um mais grosso e ‘oto' fino
E dois ‘peitão' na titela
Eu num dava conta dela
Eu sou do mato, menino!
E... pro caboclo do mato
Paixão num existe não?
Ora bom basta... deixe estar...
‘Cunverseiro' de paixão é combustão de poeta
O cabra vira é pateta
Porque falta o ‘principá'
O dólar, o circulante, a bufunfa,
O ‘vi metá', o ‘tustãozin', o montante,
O bronze, a ‘pila', o ‘reá', a ‘caitolina',
O arame, o bago, a renda,
O ‘jeton', o pé-de-meia, a maniva,
O ‘cifrãozin' na saliva, o bagarote e o bom,
A bolada, o tutuzinho, a pataca no ‘borná'
O caroço, o numerário, o ‘burrachudo',
O ‘cacá', o ‘checão' baixando a ripa
Zé ‘papé' no
Dinheirama e ‘capitá'
Nessa ‘cunversinha' bela vai liso pra riba dela
‘Pá' tu vê o que é que dá
Tu sai de lá é lascado que nem um pau de puleiro
‘Inda' leva um cacete, uma multa, uma vaia
E mais um par de ‘cangaia' ‘pá' deixar dessa doidice
De quando ver uma miss pensar em se apaixonar.