No lugar que caxete é comprimido
Tem coisas que se digam, Benzó-Deus.
Da sabença de tantos zebedeus
Ao rinchar do jumento entumecido
Camgaper do muleque "malúvido"
Ou história dos que não tem história.
Um Jesus bem cristoso e cheio de glória
Protegendo nações de deserdados
Sanfoneiros com seus tarrabufados
Cantadores com suas trajetórias.
Sá Zefinha, ser mãe de tantos filhos
Bem-dizer, sendo uma zefinharia
Boiadeiro aboiado em sintonia
Com o bleblem do chucalho que chucalha
Jurema, com escoliose nas galhas
Respirando num solo ressequido
Um café bem torrado e bem fervido
Que agrada monarcas e plebeus
São coisas que se diga Benzó-Deus
No lugar que caxete é comprimido.
Benzó-Deus, pra horta de Chica roxa
Verdezinha pinicada de azulão
Pra bravura, da mula em bestidão
Trabalhando sem numa se enfairar
Benzó-Deus, pra coalhada do luar
Derramando um manjar resplandecido
Pro matuto feliz e devertido,
A despeito de ser tão maltratado
Cavucando uma roça no roçado
Esperando o inverno prometido.
Benzó-Deus quando o cuxixo do vento,
Despenteia e penteia o capinzal
Quando a loja serena de um varal
Se alvoroça e sacode a estamparia.
Benzó-Deus pro carro do boi que chia
Imprimindo seu nome em chão batido.
Pro silêncio, mais alto que o ruido
Feito um tempo amuado, mal-com-Deus
Benzó-Deus o marrom dos olhos teus
Faiscando um olhar enternecido.