Canto e conto por miúdo
O apuro dos meus pecados
Contorcionismos de olhares
Baião-de-dois bem grudado
Uma paixão terrorista
De bala trinteiotista
Perfura um peito blindado
Canto e conto por miúdo
As cores destes pecados
Afagos branco-somente
Calor vermelho-apurado
Pecado preto-bastante
Borboletinha pousante
Palminho de rosto rosado
Palmo de rosto rosado
Palmo de rosto rosado
Palmo de rosto rosado
Oi, gira, gira, oi girar
Agora eu peço perdão
Pelos meus pecados prediletos
Os imensos cajueiros
Tinham trocado de roupa
O amarelo estava verde
Florado de maturis
A hóstia do pôr-do-Sol
Era aquela coisa abóbora
No desvão do firmamento
Foi quand'ela se entronou
De moça-pura e faceira
Parecia uma roseira
Com a pétala dos lábios
Sumarenta e sem batom
Nasceu empelicada de agrados
Cabelos pedindo afago
Feito um cachorrinho novo
Aos poucos, as acheganças
Chazinho de espia-só
E assim como os cajueiros
Fomos perdendo as folhagens
Tivesse as suas ramagens
Uma única folha em parreira
Um floral acanhadinho
Um brotozinho discreto
Eu nem estaria aqui
Pra lembrar nem revelar
Meus pecados prediletos