Seu motorista, siga pro nordeste
Que eu sou cabra da peste, quero ver o meu xodó
Mas na carreira, não passe de uma centena,
Ligue o rádio, puxe a antena,
Sintonize num forró
Daqui pra frente são três dias de viagem,
Eu já to vendo miragem
É a saudade matadeira
Sinto o balanço da minha rede amarela,
Quando o carro na banguela embiloca na ladeira
Nesse balanço eu sinto cheiro de cachaça,
De rolinha com fumaça, cheiro quente de beiju
Ouço o ciscado do frango de capoeira,
Dos pinto na piadeira,
Mugido de boi-zebu
Eu tô sentindo cheiro azedo de “coaiada”,
Cheiro bom de tripa assada subindo do fogareiro
Escuto o berro da “oveia” desgarrada,
Chocaiado da boiada,
Aboio do boiadeiro,
Escuto o choro dos meninos arengando,
Só tem doze se criando e a tudim eu quero bem
Não vejo a hora de chegar naquela sala
De abrir a minha mala, distribuir os terém
Seu motorista, lá no fim desse asfalto
O senhor pare que eu salto
Que minha goela deu um nó
Tá vendo aquela dentro daquela rede amarela?
Adivinhe quem é ela
Ela é o meu xodó